terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ainda não caiu a ficha - Poema


É bom saber que não é um sonho
E que não acaba quando acordamos
É bom levantar a cada manha
E saber que você existe

Mas ainda não caiu a ficha

É bom saber o seu nome
E decorar o contorno dos seus dedos
É bom pensar em você
E mais ainda sonhar contigo

Mas ainda não caiu a ficha

Um sonho que é real
que se acabou se transformando em realidade

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

El Juego del Ángel

 
Um escritor nunca esquece a primeira vez que aceita umas moedas ou um elogio por uma historia. Nunca esquece a primeira vez que sente o doce veneno da vaidade no sangue e acha que, se consegue que ninguém descubra a sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de colocar teto sobre a sua cabeça, e um prato quente no final do dia e o que mais deseja, seu nome impresso em um miserável pedaço de papel que seguramente viverá mais do que ele. Um escritor está condenado a lembrar esse momento, porque até então está perdido e sua alma tem preço.

(Carlos Ruiz Zafón)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Como eu já disse antes


Como eu já disse antes.
Queria poder ajudar em alguma coisa,
Queria estar agora ao seu lado,
Para poder te abraçar quando for preciso,
Para poder ver aquele seu sorriso,
Para poder te sentir ao meu lado.
 
Como eu já disse antes.
Queria que tudo estivesse bem,
Queria somente a sua felicidade,
Nada mais, nada menos do que...
Ver-te sorrir, e dizer que está ótima,
E que não tem como melhor ficar.
 
Como eu já disse antes.
Vai ficar tudo bem,
Não por que tudo ira ficar bem um dia
E sim porque você cresceu,
E sim porque você é forte,
E sim porque você É Você!

Como eu já disse antes.
Vai ficar tudo bem.

Memórias - Conto



**Bem, para ler esse conto é preciso que quando seja visto um numero parecido com esse: [1] pule para a parte que ele indicará ex: "Parte1", só parando de ler quando chegar em um dos "Fim", até porque, o conto eh composto por 3 finais que você decidira qual será. Obrigado.**
O garoto estava descendo as escadas de um prédio, ele não parava de correr, aparentemente fugia de alguma coisa, ou de alguém. O ambiente estava totalmente escuro, nos dois andares que ele descera não encontrou nenhuma fresta de luz. Desconfiava que estivesse de noite, porém, não tinha muita certeza. Mais outro andar, agora só faltava 47 andares. O garoto por um momento parou, olhou para a porta que levava ao andar numero 48 escrito em uma tinta vermelha, a cor do sangue. Ele se assustou, porém, já vira coisas piores, BEM piores. Ficou lá pensativo por alguns segundos, sem saber o que fazer, tinha que pensar rápido, havia alguém atrás dele, alguém que se o encontrasse, certamente não deixaria sair vivo daquela espécie de prisão. O seu ultimo respiro foi decisivo, então ele continuaria descendo as escadas ou entraria na porta? Ele teria que decidir, a sua vida dependia disso.


Cor


Uma mão foi ao ar, e o ônibus que ele esperava foi freando lentamente até estacionar em sua frente. Sem dar ao menos dois passos subiu as escadas no mesmo parando logo acima, que foi quando aquele retângulo de metal voltou a andar, levando-o consigo.
- Boa tarde – Disse ele para o cobrador entregando a quantia de dinheiro necessária para pagar apenas uma passagem.
- Boa – Respondeu o cobrador aceitando o dinheiro.
Quando o garoto passou na roleta deu de cara com um corredor, cadeiras do lado e do outro formadas em fileiras de duas, e no final as escadas q mais adiante o levariam a voltar a terra firme. O ônibus começou a balançar, forçando-o a impedir os pensamentos que insistiam em vir e escolher um assento. Algumas pessoas já ocupavam lugares, de preferencia próximos as janelas, mas ele não prestou atenção em nenhuma delas.
Andou até o lugar q achasse necessário e se jogou na cadeira de plástico, ao lado da única janela que estava livre. E então ele entra em transe, liberando finalmente de vez todos aqueles pensamentos que o atormentavam. Ele viajou, para uma sala de aula.
Uma sala de aula onde se encontrava a criadora daqueles pensamentos que tanto perseguiam ele. Uma menina, que exatamente agora está ganhando uma caixa de chocolates, e sendo parabenizada pela professora, um sorriso lindo começou a brotar em sua face por ela lembrar de um fato.
Lembrou que ele estava indo de encontro a ela.
Lembrou que ele estava a cada segundo mais próximo.
E então ela sorriu.

Manuscrito - Prólogo


Um soco foi desferido, com intensidade máxima, em direção a um garoto de 17 anos. O atacante tinha a intenção de que fosse o ultimo, o soco decisivo, que terminaria com aquela luta sem sentido. Uma roda se formava, onde milhares de pessoas gritavam e vaiavam, todos tomados pelo êxtase de ver uma luta no colégio de onde estudavam todos esses malditos dias. Naquele mesmo pátio.
Porém agora ele parecia diferente...
Parecia mais sombrio.


O soco estava no meio do caminho quando ele foi percebido. Isso não durou mais de dois segundos até acertar a boca do estômago do seu adversário, que por sua vez se curvou na diagonal. Um grito surdo saiu de sua boca. Isso não era uma brincadeira, nem ao menos parecia uma. Pela primeira vez aquele garoto sentiu o gosto da dor. E em seguida a plateia foi a loucura, só por estar percebendo o quanto o golpe tinha sido doloroso, e que agora ele estava de joelhos, respirando pesadamente, com a mão apertando a barriga.
- Tudo certo mocinha? - Ele cuspiu saliva no chão - Vê se da próxima vez se mete com alguém do seu tamanho.
E então aquele ser de quase dois metros saiu acompanhado por uma garota, provavelmente da mesma idade. Metade da multidão que se aglomerava foi junto com ele, e a outra metade se dispersou em direção às salas de aula. O garoto ficou ali, na mesma posição.
Gotas de chuva começaram a pingar. Lentamente, e assim até encharcar o seu cabelo, suas roupas, e tudo o que ainda restara dele. Se é que ainda restou algo.
E então, dentre as gotas de chuva, algo despertou.
E é por causa desse episodio que estou aqui contando essa história.  Porque, sem isso, ela não seria tão interessante.
Talvez.

Enquanto um sorriso de uma bochecha a outra repousava na face do vitorioso, uma lagrima brotava no olho do seu adversário.
Uma lagrima densa percorreu o seu rosto,
Uma lagrima de ódio.