quarta-feira, 27 de julho de 2011

Dualidade

Pedras aparecem em nossa estrada assim como flores florescem sob nossos pés.

Ela

Uma mochila em meu ombro direito;
Shorts jeans desbotados;
Uma camisa rosada até um pouco embaixo do umbigo.
Me sentia meio Incomodada.
Eu calçava um par de All Star malgastados;
Meus cabelos escuros batiam em minhas costas, e uma mecha vermelha se escondia dentre todos os outros fios escuros;

Uma estrada;
Andava por um caminho;
A mochila fazia um movimento de vai-e-vem contra meus quadris;

Minhas pernas falhavam;
 Os carros passavam e ao menos olhavam para mim;
Se não já tivesse desistido estaria pedindo carona até uma hora dessas;

Sim... estava perdida;
Tentando me reencontrar;
Pois o objetivo da perda é o encontro;

Meus passos pareciam que deixavam pegadas no asfalto;
Cada pisada largava fragmentos de uma personalidade;
Cada passo fluía em uma energia inefável;
O sol se pondo me fazia de uma silhueta;
E o laranja adornava o monótono azul do céu, que já estava escurecendo;
Os meus olhos encaravam agora uma paisagem;
Agora, mesmo como antes o meu cabelo desarrumado estava já fora do meu saber;

Vários telefones públicos tocam ao mesmo tempo;
Como se quisessem me desviar;
Me atrapalhar;
Me aliciar;

Vou para um deles, e o mesmo para de tocar;
Digito um número conhecido;
E bato-o com força no gancho depois de cinco toques;
Me viro e continuo a deixar pegadas;

Me encontrei meio a um engarrafamento;
Minhas pegadas marcavam um caminho desviando dos carros estabilizados;
A rua estava vazia;
As pegadas se intensificaram;
E Sumiram;

Os meus pés estavam dissolvendo junto ao ar;
Eu continuava caminhando;
Meus tornozelos começaram a transparecer;
E com o tempo foram sumindo, dando inicio a perna;
Gradualmente os shorts junto com a parte de baixo da camisa se foram;
Minha barriga foi subindo junto com ela;
Eu continuava andando, mesmo sem ver minhas pernas;
Mesmo parecendo uma locura;
Mesmo sem ver meus pés;
Meus braços começaram a ficar transparentes;
Meus braços sumiram;
E finalmente o meu rosto se desfaz, dando lugar a um borrão;
E junto a, já formada, noite;
Uma mochila Solitária se choca contra o asfalto.

Pois só se encontra quem se perde.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Neve

Neve...
Nome que nós seres humanos damos aos cristais de gelo.
Aqueles cristais que se despejam contra nosso rosto.
Como se fosse um suor frio.
A forma objetiva do medo.
A forma solida da tranquilidade.
Que transluce abstratamente.
Os Sonhos.
Pálidos.
Neve...
Nome que nós seres humanos damos aos cristais de gelo...
Sem ao menos imaginarmos, o que está por trás de tudo.
Sem ao menos imaginarmos o seu significado.
Seu próprio significado absoluto.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Caos

5:50

Pois bem... Iniciaremos o nosso relato nos apresentando a uma mulher, uma mulher comum, como qualquer, cabelos castanhos e ondulados, que batem um pouco abaixo dos ombros, pele clara, com algumas sardas e olhos escuros que deixam transparecer clareza e tranquilidade. Ela vestia um vestido empresarial cor de vinho nos demostrando superioridade, usava salto alto e caminhava por um corredor de cadeiras com uma maleta negra em mãos.
Chamavam ela de Helena. Que provavelmente era seu nome.
Só para constar: Ela estava dentro de um avião, que permanecia estacionado ao lado de fora do aeroporto, destinado a sair de salvador ás 5 horas e 55 minutos da manha e chegar á Madrid das 21 ás 23.
Aqueles assentos acolchoados, da primeira classe, repousavam listados em fileiras de dois em dois aos dois extremos do avião. Poucas pessoas estavam distraidamente sentadas naqueles assentos que na verdade assemelhavam-se mais com poltronas, ou até mesmo colchões dobradiços. A nossa protagonista, por agora, estava caminhando em busca do numero da poltrona que constava em sua passagem.
- Sessenta e quatro – Pronunciaram seus lábios em silêncio logo após dos seus olhos alcançarem aquele glorioso numero, bem encima daquela confortável poltrona.
- Senhoras e senhores, o voo será iniciado em cerca de cinco minutos, logo assim que for autorizado. – Uma voz metálica proveniente de caixas sonoras que estavam por todo lugar do pequeno meio de transporte – Por favor, sentem em seus assentos e coloquem os cintos de segurança.
Ela obedeceu.

Minha vida é um brilhante

Não é cara como um diamante, ou perfeita como um rubi. Ela tem sua beleza e não há preço para descreve - lá. Há dias em que as coisas não estão muito bem como uma tempestade de areia, mas há dias em que eu a encaro com a mesma intensidade de um tornado. Não sou puritana, e nem vivo de desejos. Não sou otimista nem pessimista, sou realista. Existem dias em que pareço ter forças inimagináveis, e há dias que simplesmente não consigo me levantar da cama de tanta tristeza. Bipolar? Não, minha vida está sempre oscilando e isso é bom porque só assim testo as minhas forças e minha capacidade. Minha vida não é comprada, mas sim vivida, exigida. Eu não quero ser qualquer uma na vida de ninguém, mas não deixo que o ego me domine. Sou do tipo que uso o canivete para desparafusar um objeto, não para ferir amigos, ou construir armas. Sou leve como o vento, forte como um tijolo, sensível como uma rosa, inconstante como uma tempestade, refrescante como a chuva e agradável como uma melodia. Mas só para aqueles que sabem enxergar a beleza em um deserto. Não desejo me tornar dona do mundo, nem ser a presidente. Eu apenas quero ser uma parte, mas uma parte com um significado não como um complemento. Eu sou como um livro lido pela metade. Sou como um perfume escolhido a dedo para ser comprado, ou como uma simples garrafa de refrigerante, se não agitar não explode. Eu sou eu, nada do que digo e mais do que penso.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Extinção

Assim como toda vida;
Assim como todas as espécies;
Assim como todo ciclo vital;
Seremos extintos. Nossa vida será consumida.

Pois somos animais como qualquer um;
Pois utilizamos do nosso instinto;
Pois sobrevivemos;
Nós seremos extintos. Pelas maiores forças do universo.

Quando há um ciclo se abrindo;
Quando há um ciclo se fechando;
Quando os corações secarem;
Nós seremos extintos. Pois a nossa vida não possui tamanha significância.

Pois enquanto houver luz, haverá penumbra;
Pois enquanto houver felicidade haverá tristeza;
Pois enquanto houver vida, haverá morte;
Definitivamente seremos extintos. E dela, da vida, será extraída a nossa força vital.

Até porque temos uma deficiência imensa;
Até porque nos assemelhamos a um câncer;
Até porque necessitamos de necessidades para sobreviver;

Até porque um dia seremos extintos. Juntos a imundice morreremos.

Sim... a extinção faz parte de nossa vida;
E consequentemente da nossa morte. Pois somos apenas seres humanos.

Apenas.

"Todo ciclo um dia irá terminar.
Porem o que sobrará de você nesse ciclo jamais irá se perder."


(créditos: Raphael Draccon)

sábado, 16 de julho de 2011

Um Sol.

Um Sol.

Uma nuvem.

Um barco.

Água.

Um mar.

Duas almas.

Aquele barco, se parecia mais com uma lancha, de um tamanho descomunal para a própria, um barco pequeno, um que não necessitasse de carteira para que pudesse ser monitorado. O branco reluzente, do barco, refletia as cores emanadas do sol, que manchava de sangue as nuvens virgens, as lançava com meio de um reflexo nas águas quase cristalinas do grandioso mar. O cheiro do salubre salitre apestava o espaço com um cheiro precário.

Cheiro.

Odor.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Corajosa

Em um mundo que não há perdão, eu prefiro acreditar na possibilidade de perfeição. Mas não a perfeição conhecida. Do mundo o qual eu falo a perfeição resume-se apenas em não errar. Sem erros, sem arrependimentos. Mas me responda: como não errar? Estamos diante de pessoas que pouco se importam com a verdade. E está difícil.
Mas existe algo dentro de cada ser humano. Algo que o faz levantar de toda a derrota. Sim existe.
Existe a vontade de viver. A vontade de querer superar o medo.
Existe a fé.

Algo considerado pequeno para alguns seres, mas é capaz de grandes feitos para pequenos seres.
A fé move montanhas.

E as montanhas são feitas de fé.

Eu nasci da fé.
Assim como você.

Caminhos

Era um dia qualquer. Em um lugar qualquer.
Folhas secas estavam à frente, traçando um caminho inesperado. Um caminho que nunca havia visto.
Sentei-me em um banco desgastado pelo tempo, mas que mesmo assim possuía uma beleza inegável.

Assim como as pessoas.

Sentei-me e apenas observei. Percebi nos detalhes coisas que nunca tinha observado. Tinha visto.
Mas não observado.
Vi a neve cair sobre meus cabelos, e traçar um caminho em minha pele. Senti o vento soprar forte, como se implorasse para ser compreendido.
Porque ouvir é uma coisa, e escutar é outra.
Observei o mesmo, arrastar as folhas para longe... E as folhas no mesmo impulso dançando sobre o ar. Senti a brisa das arvores, com suas danças sagradas.

Em um súbito impulso me joguei sobre a neve, senti as minúsculas partículas de gelo cair em meu rosto,
Mas eu não me importei.
Eu apenas senti.
E então fui submersa em pensamentos de valores semânticos inegáveis, insubstituíveis.

Será que estou evoluindo?

Percebi que os detalhes da natureza são iguais ao detalhes de qualquer pessoa. Quanto mais se vê mais se aprende, mais se maravilha mais se encanta mais se prende mais se descobre mais evolui.
E percebe que a cada passo dado, é um caminho novo, desconhecido, inesperado.

Mas sempre será um caminho de valores insubstituíveis.
Você pode passar por ele quantas vezes quiser, mas sempre terá uma visão diferente.

Porque o caminho não muda, mas o seu ponto de vista sim.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Insanidade

Enquanto todos os homens forem insanos, nenhum de nós será.
Estaremos acomodados com esta insanidade, e a definiremos como normal...
Definiremos como parte do fétido cotidiano de cada monótona alma.
Pois enquanto acreditarmos que a penumbra continua viva, mais ela continuará.
E enquanto mais a definirmos como normal, mais ela vai encrustar em nossas vidas, nos arrastado indefinidamente às mais profundezas do submundo.
Se o normal já está assim, como seria o anormal?

Pois inconfortavelmente eu lhe digo caro leitor... A mais pura natureza de nós seres humanos, é coberta pela mais simples insanidade.

A insanidade de não saber definir o insano.

O Vento

O vento que o torna mais salubre é o mesmo que realça o áspero;
E continua a ser o mesmo quando inocentemente leva seus longos fios de cabelos junto a ele;
Como se quisesse desunir o unido de um modo carismático.

O ar que você respira em movimento;
É o mesmo que você respira sem discernimento;
Aquele único em que as árvores se curvam lealmente.

O vento é aquele oprimido poderoso, em que junto a opressão oprime;
Pois o vento é capaz de criar energia;
E ao mesmo tempo nos acariciar como a fetos adorados.

Pois é o vento que move a vida à vive;
Pois é ele que nos afasta do calor provido do inferno;
E singelamente nos leva à serenidade da decência.

Pois é ele que nos cria como a Filhos.
E nos adora como a Pais.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Imaginar

Imagine, gotas de chuva se chocando contra as poças de'agua, em que geram círculos de lágrimas que se formam em ondas até serem desfeitas de uma única só vez.

Imagine, moléculas de uma fumaça densa, proveniente das chamas queimando lentamente, saboreando cada momento, lançando ao ar milhares de fagulhas avermelhadas e esfumaçadas contra um céu noturno, em que as pessoas admiram tão pouco.

Imagine uma leve brisa empurrando seus fios de cabelo, um por um, à seu favor, lhe proporcionando uma êxtase insaturável, onde as pessoas dão tão pouca importância.

Imagine grãos de terra macia desmantelando sobre uma de suas mãos, e se juntando a muitos outros, os grãos que geram vida, que alimentam seu corpo materialista, até mesmo quando a morte está próxima.

A imaginação faz parte da sua realidade. 

A realidade que você não se da ao trabalho de nem mesmo imaginar.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Separações

Sigáis a vida que os separa da morte.

Sigáis a morte que os separa cruelmente da vida.

sábado, 9 de julho de 2011

Certo

Você já se sentiu distante do que sempre quis? Como se não encaixasse em lugar nenhum? Você já olhou pela janela e viu seu sonho ir embora? Você já perdeu as esperanças? Você já se sentiu um lixo? Já quis nascer de novo? Isso pode acontecer com o tempo, baby.
Suas palavras ecoam em minha mente, como uma melodia que se repete e nunca termina. E eu me pergunto: onde estou? Onde eu deveria estar? Feche os olhos e tente sentir baby.
Porque você prometeu que iria tentar.

Você já se sentiu fraco? Caído e sem forças para levantar? Já perdeu alguém? Já quis fugir para um lugar bem longe? Onde ninguém lhe julgaria por aparência?
E então feche seus olhos. E veja. Seus amigos sua família, todos aqueles que dizem se importar com você. Veja como eles se sentem.
Se no peito há uma dor, lembre-se das palavras.

Se você se senti assim. Responda-me o que fazer?

Escolhas

Temos o poder da escolha,
Sim... foi doado a nós o graça de fazer escolhas.
Pois são elas que nos faz interagir com nossa própria vida.
São as escolhas que nos define.
São através delas que sabemos quem fomos, quem somos e quem seremos.

Porém junto a correnteza do tempo, analisamos que enquanto ela não foi feita, todas as opções ainda são plausíveis, enquanto não escolhidas, todas elas são totalmente possíveis. Quando estamos em uma situação que exige a nossa escolha, todas as opções que temos estão ocorrendo mutuamente em um futuro próximo.

Por exemplo, temos uma moeda em mãos, e uma loja de doces que, se estende à nossa frente, possui três exemplares, obviamente estamos indecisos. É exatamente neste momento em que todas as escolhas se realizam, porque um dos três doces será escolhido, porém todos podem ser. 

Mas se a moeda cair de nossas mãos e se perder junto a imundice da calçada... Nenhuma das três opções foi escolhida. Foi-nos tirado o direito de executar essa escolha.

Talvez porque, tardamos em escolher.

Ou por qualquer outro estupido motivo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Desconhecido

Já olhou para o seu céu e o notou diferente?
Algo, de um jeito que você não percebe se não parar, realmente, para olhar pra ele, entende?

Uma musica nova. Que está para ser tocada.

Você já avistou o seu caminho coberto de folhas secas, porém não sabe o que virá dessa vez?...
Não sabe quem ou o que está lhe esperando nas penumbras das árvores?...
E você só consegue ver a espessura da nevoa em vez daquelas silhuetas de costume?

Um desenho inacabado. Que está para ser terminado.

Já se viu um lugar onde a medida que você avança as coisas vão cada vez mais transluzindo em sua frente?
Um lugar que possui suas regras, e você as desconhece.

Uma vida salubre. Que está para ser construída.

Porém, sabes qual é o tamanho prazer de escutar uma musica nova até o fim?
Ou o de terminar um desenho?
Ou de viver?

É o mesmo de conhecer o desconhecido.
Porque em nenhum das três opções você sabe o que virá a seguir.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Guerra

Se você está irritado por terem matado seus amigos, o seus inimigos também tem o direito de se irritarem se você matar os amigos deles.

Vida

A vida de uma pessoa pertence a própria. É necessário muita arrogância para dizer a alguém se ela deve morrer ou viver.

sábado, 2 de julho de 2011

Sempre


E saíba que estarei aqui para cada novo sorriso seu, ja formado, ou para cada nova lágrima sua, algum dia já derramada.