terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Limbo

- Carla! - Chamou minha amiga.
- Oi...- Respondi.
- O que achou dessa bolsa? - Perguntou me entregando uma vermelha, com alguns feches dourados.
Estávamos no shopping, era a unica coisa que tínhamos a fazer em um fim de semana dessa velha cidade quente.
- Bonita, mas não andaria com ela - Segurava, automaticamente, aquele objeto, mas meus pensamentos estavam a milhas daquele shopping.
- Pare de viajar vá! - Retrucou ela, puxando a bolsa da minha mão.
- Desculpa - Sai do transe.
- Tava pensando em que?
- Só pensando...
- Seeei - Ignorei os protestos repugnantes, e voltei a minha atenção para uma multidão de mulheres, que se aproximavam à sessão de roupas em que estávamos. De longe, eu avistei um garoto, sozinho, o que não era comum em lojas como essa, cabelos negros, longos para um homem, porém curtos para uma mulher, um corpo um tanto quanto magro; Seus olhos, perdidos no nada demonstravam uma certa frieza, porém também uma incrível superioridade, apesar de parece ter apenas doze ou treze anos, e o mais incrível, ele chorava sem expressão alguma.
- Já vai dar dez horas, e meu pai ainda não chegou. - Disse minha amiga. Estava tarde.
- Vamos descer - Respondi - É melhor, quando ele chegar já estaremos lá.
Ela parou o que estava fazendo e foi em caminho a saída da loja. Fui me esquivando por dentre a multidão, e quando menos esperava estávamos sentadas em um banco alto do estacionamento, balançando as pernas como se fossem duas crianças risonhas e divertidas.
- Obrigada pelo dia.
- Foi divertido - Respondi com um sorriso de fechar os olhos no rosto.
O farol alto de um carro, que subia pela rampa, a nossa frente, me cegou por alguns segundos.
- Deve ser ele -  Disse ela se levantando e caminhando até o carro, que parava aos poucos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Noite de Halloween

- Você acredita em fantasmas filho? - Disse o velho.
- Eles não existem - Respondeu o adolescente emburrado.
Lá estavam, um senhor, com mais de quarenta e dois anos, e seu filho no auge dos seus dezessete, ambos sentados em poltronas antigas, porém ainda assim confortáveis, postos à luz e ao calor de uma lareira bem acomodada e acesa, mais para o canto do aposento.
- Você tem certeza? - Perguntou o velho.
- Nunca vi um, oras - Respondeu-lhe veemente.
- Pois tenho que lhe contar uma historia... - E de fato o tinha:

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Apenas Gotas.

Estava no pátio, de uma praça desolada.
Caminhava por dentre a diversos arbustos, devidamente cortados, e paralelepípedos milimetricamente ordenados.
O sol, grandioso como sempre, repousava, desta vez timidamente, atrás da silhueta das nuvens, já , por nós, conhecidas.
Com as mãos nos bolsos e a coluna esticada revirei a cabeça para o alto, e me dei de cara com o céu, escurecido pelos feches fracos e avermelhados da luz do sol.

Aquelas grossas camadas de nuvens escuras e inatingíveis.

Parei de andar.
Quando uma gota, fria e pálida, desceu contra a minha testa, dissolveu-se, e escorreu ao meu rosto.
Fiquei ali, estável, admirando a beleza do tão ignorado chuvisco.
As gotas, cada vez mais frequentes, rasgavam os céus, sem pouca compaixão, descendo até o inalcançável dos chãos sem cor, tocando cada ser de cada alma.
Em apenas poucos minutos já me sentia encharcado ainda junto a escuridão das nuvens, assim como todos que não sonhavam estar ali, Nossos pés, descalços, perdidos em poças, escuras e enormes, de chuva, permaneciam desajeitados, sujeitos a tal viscosidade do desconforto.

As gotas cessaram, e as nuvens, das quais as tinham liberado com tanto veemência  esvoaçaram junto às antigas correntes de ar, dando espaço, lentamente, aos avermelhados raios de sol, que agora,  por sua vez, se intensificavam, dando, finalmente, cor ao ambiente antes pálido.

- Você fora o único que presenciou o convite a nossa vida, e o único que poderá tira-la de nós - Disse, ao céu, para meus pensamentos, enquanto percebia, através da nova luz, que o que as nuvens tinham chovido, não eram simples gotas de chuva, mas sim gotas avermelhadas e promiscuas, das quais, nós seres pensantes chamamos de sangue.

Sorri.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Dias estranhos.


- Porque a água é tão negra? - Perguntou o garoto.

                    - Porque reflete o céu - Respondeu o velho.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O guarda chuva Vermelho.

Em um mundo onde uma aura verde reinava em forma de árvores grotescas robustas, alguns vaga-lumes iluminavam as partes mais densas e obscuras daquela floresta cor esmeralda, das quais pouco era permitida entrada da luz da lua, 
Ali, em uma simples e humilde clareira amarelada, permanecia o vermelho forte de um guarda chuva.
Um guarda chuva do qual duas mãos, deveras pequenas, o seguravam com uma certa dificuldade, enquanto aquela cor sangue refletia no ambiente, dando a ele um tom rosado e indulgente.
Não estava chovendo.
Faixas de luz, escurecidas pela umidade e pela noite, passavam pelas folhas aleatórias, das copas daquelas árvores, e se encontravam no centro da clareira, já conhecida.
Enquanto lábios, indecisos, murmuravam silenciosamente algumas silabas.
Olhos, fechados, permaneciam cobertos pelas penumbras, abaixo da sombra daquela vastuosa noite.
Sua testa, franzida, demonstrava uma certa preocupação, talvez até mesmo um certo medo.
Suas mãos, suavam, sem se importar com o frio.
E sua respiração ofegante e fora do ritmo, declarava o tamanho de seu pavor.

Afinal, era somente uma garotinha com um guarda chuva vermelho em mãos, ao meio de uma floresta delicada, porém insana.

Seus olhos se abriram.

Estavam agora, encarando algo. Algo que se movimentava.

Apesar de seu nervosismo, de sua preocupação, e até de seu medo, ela não deu passo algum pra trás. Se manteve firme, mesmo estando com os olhos cheios de lágrimas frias, ali estava, encarando, com o busto pra frente, o que estava por vir.

Por dentre as grossas cascas de madeira, e a vasta escuridão, já pertinente, Surge uma figura negra e curvada, andando com passos cada vez mais lentos se deliciando vagarosamente daquele medo agonizante debilitado.

- Que dentes grandes a senhora tem - Disse-lhe a garotinha, antes de fechar os olhos por uma ultima vez.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

5.

Uma música, pesada e pouco rítmica, tocava, alta, nos meus fones de ouvido enquanto o movimentar, em excesso, do ônibus me levava a uma sensação nauseante. Mas ali estava eu, sentado ao lado de uma cadeira vazia olhando pela janela perdido sob meus pensamentos em forma de sonhos, no meu cotidiano fatídico dia, quando, para minha surpresa, uma camisa branca se senta ao meu lado.

Uma garota.

Desvio o olhar um tanto quanto assustado, e percebo um rosto tranquilo e pálido olhando para suas unhas cor de rosa. Ela também estava perdida em formas-pensamentos próprios, tanto, que nem percebeu a minha notória observação.
Seus olhos brilhavam, como se estivessem segurando lágrimas já a um bom tempo.

domingo, 12 de agosto de 2012

Fotos

- Porque você guarda essas fotos ainda? - Perguntou ela.
- Porque eu gosto de relembrar aqueles velhos tempos - Respondeu ele.
- Você não se incomoda?
- Porque me incomodaria? Eles foram ótimos.
- Queime-as, pois você não os possui mais.
- Um certo dia, uma certa pessoa, me ensinou que as fotos não servem apenas para guardar, fisicamente, os momentos, elas, carregam consigo nossos pensamentos, memórias, sentimentos, lembranças, sonhos e, inclusive, nossas almas. As fotos são incrivelmente mais poderosas do que aparentam, como se ao soar do flash o enquadrado se permita a trancar uma parte de si dentro da, tão conhecida, obsoleta câmera, para que ao se deteriorar, ou a morrer, não se perca totalmente. Como se estivesse guardando uma parte de si neste mundo, tão fatídico. Então, agora vens a mim, com tamanha ingenuidade, perguntando se eu ainda guardei esta grandiosa parte da minha alma? Respondo-lhe, senhorita, que sim, do mesmo jeito como que você preserva tão belamente a sua vida, eu preservo tão belamente a minha.
- Então, vives inutilmente do passado?
- Fora o passado que me fez quem sou. Não seria nada se não vivesse do mesmo...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Porque eu não escuto mais ninguém?

<Vamos descer no próximo ponto não vamos?>
<Aquele do parque?>


- Eu realmente não sabia o que estava fazendo naquele ônibus - Pensei.

<Quer um chiclete?>
<Vou andando pra casa, não aguento mais esse engarrafamento!>

<Lembra de Mariana?>
<Qual delas?>


- Eu só queria ir pra casa - Continuava - Porque eles não podiam fazer um pouco, só um pouco mais de silêncio?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Duas Estrelas


- Porque você ainda não se foi? - Perguntei desviando o meu olhar ao encontrar o dela, depois de um largo momento com o infinito silêncio.

- As coisas não são tão fáceis assim Matt - Saria demonstrava uma leve preocupação, mas também uma serena tranquilidade - Com o tempo, é normal das pessoas tecerem laços, grandiosos laços negros, dos quais ligam, os corações de uns aos de outros com uma intensidade imensurável - Acompanhava com o olhar os seus pés descalços, dos quais se moviam brincando graciosamente ao ar, enquanto permanecia sentada sob o banco, de madeira, daquela praça silenciosa - Esses laços se formam com qualquer pessoa que participa diretamente ou até mesmo indiretamente de sua vida, alguns são mais longos, outros mais curtos, uns mais grossos, outros simplesmente mais finos, depende do tempo ou até mesmo da relevância de certas pessoas... Digamos que uma pessoa passou... Cinquenta anos convivendo contigo, o laço que te liga a ela terá o comprimento de cinquenta anos, e outra passou apenas um ano, o laço que vos liga terá o comprimento de nada mais nada menos do que de um ano, porém não significa que um é mais importante que o outro, e também não importa se a pessoa fez bem ou mal a você, esse laço seguirá vos unindo, porque de qualquer forma ela faz parte de você.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Uma chave para apenas uma única porta.


               Algumas coisas foram trancadas com o objetivo de nunca mais serem vistas;
            
                        Mas se elas foram trancadas significa que há de serem lembradas algum dia;
                       
                                  Pois ainda existem;
                                    
                                            E a existência ainda cobra sua significância.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nair e Alejandro


Agradecimentos a autora deste conto: Helena Treumann.
Em: Sem pé nem cabeça'

Estavam Dois amigos caminhando por entre uma estrada de pedra.
Largavam para trás duzias de marcas de suas pegadas que iam ficando cada vez mais fortes.
Andavam pelo infinito daquelas pedras acinzentadas por mais do que infinitos meses. Duas silhuetas sob um sol amarelo escaldante.
Quando uma, a menor, pergunta:
- Vamos continuar com isso pra sempre? - Uma voz friamente feminina.
- Nair, não lhe ensinaram a ter paciência? - Respondeu-lhe Alejandro, que andava à sua direita.
- Mas é que eu já cansei - Disse ela abanando, com os braços, o nada - Vamos fazer algo mais "divertido".
- Mas é que nos foi ordenado... - Tentou continuar.
- Vamos - chantageou ela já com uma voz perversa.
- Nair? - Indignou ele.
- Vai me dizer que gosta de andar eternamente? - Respondeu-lhe.
- Certo... Certo... Mas nada tão complexo...
- O que podemos fazer? - Nair sorria pela primeira vez em muito tempo, um riso maléfico.
- O que você quiser - Disse Alejandro de forma elegante e convencida.
Ela parou de andar, fazendo com que ele, suspirando, também o fizesse.
- Eu quero algo supremo - Declarou ela. Ele pegou a sua mão, se abaixou puxando-a e com cuidado misturou-a junto a um pouco da terra e barro, ao puxar de volta, veio, junto, uma serpente, cor purpura vibrante, com um olho dourado fechado ao centro, talvez a mais suprema serpente já vista.   - O que é isso? - Perguntou ela maravilhada.
- Uma serpente - Respondeu ele.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Naur e Alagos.

Estavam Dois amigos caminhando por entre uma estrada de barro.
Largavam para trás duzias de pegadas recentes, que iam, ficando cada vez mais fracas e apagadas.
Andavam pelo infinito daquela terra amarronzada por mais do que infinitos anos. Duas silhuetas sob um céu negro não estrelado.
Quando uma, a menor, pergunta:
- Vamos continuar com isso pra sempre? - Uma voz meigamente feminina.
- Naur, não lhe ensinaram a ter paciência? - Respondeu-lhe Alagos, que andava à sua direita.
- Mas é que eu já me cansei - Disse ela abanando, com os braços, o nada - Vamos fazer algo mais divertido.
- Mas é que nos foi ordenado. - Tentou continuar.
- Vamos - chantageou ela ainda com uma voz meiga.
- Naur? - Indignou ele.
- Vai me dizer que gosta de andar eternamente? - Respondeu-lhe.
- Certo... Certo... Mas nada tão complexo...
- O que podemos fazer? - Naur sorria pela primeira vez em muito tempo.
- O que você quiser - Disse Alagos de forma elegante e convencida.
Ela parou de andar, fazendo com que ele, suspirando, também o fizesse.
- Eu quero algo lindo - Declarou elaEle pegou a sua mão, se abaixou puxando-a e com cuidado misturou-a junto a um pouco da terra e barro, ao puxar de volta, veio, junto, uma flor, cor purpura vibrante, com um polem dourado fechado ao centro, talvez a mais linda flor já vista - O que é isso? - Perguntou ela maravilhada.
- Uma flor - Respondeu ele.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Sépia 3


Uma sombra cinza se estendia por cima de mim.
Uma maldita silhueta em minha frente, encarando-me por entre os olhos.
Uma aura negra perfurava a minha alma, fazendo com que a grama, abaixo de mim, tremesse. Queria olhar para cima, e encarar aquele ser abominável em minha frente, porém simplesmente não conseguia.
Eu sabia quem tinha matado eles...
Eu sabia quem tinha matado todos eles.
Não fora uma acidente.

-Quando as luzes se vão e abrimos os olhos-


Sentia a sua respiração quieta e amena a cada pulsada de seu coração.
Sentia aquela aura penetrante pairando pelo ar, tão densa quanto um bolo de fumaça cinzenta.

- Olá - Disse o ser a minha frente enquanto eu ainda permanecia com a cabeça baixa - Temes a morte garoto? - Terminou ele dando um ar sarcástico.
- Na verdade.... Temo mais a vida senhor - Respondi.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sépia 2

- Cara... - Disse uma voz por telefone - Ta ai? - Parecia um tanto quanto desesperado.
- Diga...- Saiu apenas uma única palavra pálida da minha boca.

Me era permitido escutar o som abafado de alguns poucos carros passando, o som das pesadas gotas de chuva batendo contra o asfalto, contra às poças e à outros objetos e por fim dava pra sentir uma respiração um tanto quanto ofegante do outro lado da linha.

- ME ESCUTA! - Gritou.
- Sulcá?
- Eu cheguei... Na pizzaria - Uma voz embolada, ansiosa pra sair de sua garganta - Estavam todos mortos - Por dentre todos aqueles tons amarronzados um calafrio percorreu a minha espinha - Todos eles! Engasgados, cuspindo sangue.
- Elisa morreu... - Disse escutando sua voz fraquejar - Do mesmo jeito.
Um longo e simulado calafrio percorreu as verberas de cada um de nós, dando um tempo ao silêncio constrangedor, um silêncio apenas para vozes.
- O que você vai fazer? - Perguntou ele com uma voz menos agoniada.
- O que Você vai fazer?
- Não faço a minima ideia.
- Nem eu.
- Ligarei 119.
E assim a ligação foi cortada.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Sépia.

- Você quer tomar sorvete é? - Perguntei a ela por telefone.
- Ééé... - Respondeu ela tentando fazer-se de meiga.

Segurava o celular no ouvido, com um pouco de força talvez, porque sua voz era um tanto quanto tímida.

Ao meu redor não se encontravam coisas muito interessantes para serem citadas com tamanha relevância, mas bem, eu estava na casa de um amigo meu, Sulcá, precisamente na sala. Onde se encontrava um conjunto de sofás, brancos, uma estante relativamente grande, de madeira, até com algumas fotos da família, dele e derivados, e uma mesa de vidro, que era onde repousava um notebook, uma impressora e alguns papeis aleatórios, mais pro canto esquerdo do aposento.

Neste momento Sulcá se encontrava em seu quarto, fazendo alguma coisa importante, que não era do meu conhecimento. Eu, sentado no sofá de dois lugares, que fazia parte do conjunto, com os pés apoiados despojadamente em um banco de plástico também branco, conversava com Elisa, uma garota que tinha conhecido a não mais de dois meses, emquanto Bandeira, outro amigo meu, repousava silênciosamente no outro sofá, pensativo e nostálgico.

- Vai poder aparecer aqui? - Perguntou Elisa.
- Trinta e cinco por cento de chances d'eu aparecer - Respondi sorrindo.
- Ahh, aparece vai! Faz mó tempão que não tomo sorvete.
- Então você quer que eu vá só pra você tomar sorvete é? - Ri.
- Não, claro que não vei - Ela também.
- Bem... Pensarei em seu caso senhorita.
- Ah velho, vamos vamos. - Ela tentava ser meiga, mas não conseguia.
- Tá certo tá certo, eu vou - Assenti convencido.
- Hihihi - Uma risadinha comemorativa.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ideias.















"Por baixo desta máscara não há só carne... Por baixo desta máscara há uma ideia;
E ideias são à prova de balas."

- V

Só Talvez.



















Talvez seja assim que estejamos todos esses nossos cotidianos dias.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Fadas.












Não me acorde, eu não quero sair deste sonho;
Eu quero continuar com esses seres lindos sobrenaturais;

Pois se eles não existissem...
Onde mais nos esconderíamos para escutar alguma musica?
Onde trancaríamos a sete chaves a penumbra de nossas histórias mágicas?
Onde aprisionaríamos toda essa beleza imagética irreal?
A não ser em um mundo, em que não é preciso dinheiro, nem status, nem beleza, nem nada;
Apenas uma faísca;
Apenas um sorriso;
Para a criação deste mundo imagético, que muitas vezes é mais real do que a própria realidade;
Para a criação desta individualidade perfeita dentro de cada coração, de cada ser;
É preciso apenas viver.

Eu quero continuar com as fadas...
Então por favor... Me deixe sonhar mais cinco minutos?

Dedicado: Helena Treumann e Laize Hage.

Boneca inflável.

Me posto como se fosse apenas um observador...
Talvez distante... Talvez não;
Como se a  minha vida não me pertencesse mais a mim;
Como se as consequências simplesmente não me afetassem.


Me vendo, de fora, sorrir enquanto desenrola-se aquela conversa;
Me vendo imaginar estupidezes psicológicas;
Talvez me vendo apenas não me importar mais.

Observando alguém sentado em um banco...
Talvez distante... Talvez não;
Sentindo a nossa presença absurdamente notória;
Apenas Sorrindo nervosamente antes de encontra-la.

Enquanto dilacerando os seus sintomas;
Enquanto brincando com a sua mente;
Assim como as de uma boneca inflável.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Quem sou eu?

- QUEM É VOCÊ? - Perguntei.
- Eu não sei - Respondi.
- Talvez uma cópia diaria? - Perguntei.
- Cópia? - Perguntei novamente.
- Você é apenas um imbecil - Respondi.
- Não - Gritei.
- Você acabou de me dizer que não sabe quem és - Afirmei.
- Não sou um imbecil! - Exclamei.
- Então quem você é? -Perguntei.
- EU NÃO SEI - Gritei novamente.
- Você não pode afirmar o que você não é, se você ao menos sabe o que você é - Disse.
- Mas... - Indalguei.
- Ao chegar ao ponto de você não saber quem você é, significa que você pode ser tudo - continuei.
- Mas eu sou só uma pessoa... - Me confundi.
- Uma pessoa pode ser muitas coisas - Informei.
- Mas Eu não sou essas coisas que você diz...
- inútil...
- Não sou inútil!
- ENTÃO QUEM...
- EU...
- VOCÊ...
- SOU...
- É?
- VOCÊ!

- É... Talvez você não seja mesmo...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Momentos.

Você não sente saudades de pessoas, mas sim de momentos.

Você pode ter esses mesmos momentos com outras pessoas se você quiser.

Porém eles podem não ser tão únicos quanto foram.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Loucos reis.


Na época que Reis poderiam ser loucos;
E loucos poderiam ser Reis;
O vento começou, cruelmente, a soprar;
A terra permaneceu, lealmente fria.

Chegou o tempo de fazer as coisas certas;
Chegou o tempo de mudar essas coisas certas;
Temos que matar para sobreviver;
Assim como Loucos reis fariam.

Aponte para uma mariposa;
E diga a ela tudo o que você quer dizer;
Não a mate, apenas espere uma resposta;
Assim como Loucos reis diriam.

Grite com a sua janela;
Por ela não lhe mostrar, todos os dias,  o que você quer ver;
Ela irá te mostrar o verdadeiro dia, prosseguida da mesma verdadeira noite;
Assim como Loucos reis veriam.

Mas porque dizes Loucos reis e não Reis loucos?
Porque nem todos os Reis são loucos, mas todos os loucos definitivamente são reis;
Talvez de reinos;
De seus próprios reinos.

Assim como você.

Assim como eu.

domingo, 20 de maio de 2012

Monstros

(Se possível escute a melodia que está no final do post enquanto lê o conto, obrigado).

Você já correu para a cama de seus pais desesperado? Em uma noite que você realmente não conseguia dormir? Quando você tinha uns seis a sete anos, mais ou menos?

Você morria de medo de seres sobrenaturais, como por exemplo monstros?
Exato, aqueles mesmos monstros, que hoje, você nega com veemência a existência.
Você ainda acredita em monstros?
Parece uma pergunta um tanto quanto infantil, mas responda, pra você mesmo, com a maior sinceridade do mundo.

Você acredita neles?

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Uma simples partida de tênis.

Eles estavam assistindo um jogo de tênis.
O garoto gritava e ria comemorando.
E a garota o acompanhava em uma mesma intensidade.

Sentados em um banco longo perto do campo.
A felicidade contagiava aqueles dois.
Na verdade contagiava a todos, tanto os expectadores quanto os jogadores.

Outro set começou.
Eles começaram bem, A bola era rebatida ritmicamente por ambos adversários.
Até que um deles bateu forte demais.
O segundo saltou ao lado, para tentar rebate-la... E conseguiu.
Mas perdeu o controle da bola.
Ela estava indo a uma velocidade incrível para o rosto da garota, que permanecia sentada naquele banco largo.
O garoto não viu.
Ninguém viu.

Ela caiu do banco.
Ele se assustou.

Um dos jogadores veio até ela correndo e pedindo desculpas.
Eles se abaixam ao redor dela.
Uma hematoma imensa tinha ficado em seu rosto, e outra mais abaixo em seu tornozelo, efeito da queda inesperada.
- Você precisa ir pra enfermaria logo - Diz o jogador esticando o braço para ajuda-la a levantar.
O garoto se interpõe na frente, quase por reflexo.
O jogador se assusta.
A garota se assusta

Um pequeno silêncio se forma.

- Vamos pra enfermaria - Disse o garoto levantando-a, e carregando-a quando percebeu que ela mal conseguia andar.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Se não souber o que fazer, apenas dê um adeus para sua vida.

Uma casa...

Um homem vestido de branco, com uma espada empunhada...

Outro vestido de negro... Sorrindo.

Eles se entreolhavam.

Curiosos, estavam apenas parados, pensando em um próximo movimento.
Algo que possam fazer para mudar o ritmo do jogo.
Algo drástico, para que a vitoria se agarrasse em suas veias.
Mas eles não conseguiam.
Simplesmente não conseguiam pensar em nada.
A pior parte de lutar, quando você olha pro seu oponente, e só sabe que se não fizer nada acabará morrendo. E se errar correrá pelo mesmo destino.

O vestido de branco, estava tremendo.

O de negro apenas escondia o seu desespero em um mero sorriso.

Um fardo enorme era carregado por esse enfrento, mudaria vidas.
Uma escolha era para ser feita.
Com uma urgência significante.

O de vestimentas negras deu um passo a frente e desembainhou sua espada.
O de branco recuou hesitante.

Parece que já tinham feito suas escolhas, e decidido seus destinos.

Mais passos foram dados, até que os dois se encontravam a apenas alguns poucos metros de distância.
Aquele sorriso dava arrepios no de branco.
Aquele medo dava forças ao de negro.

Com um grito o de branco se lançou verticalmente sobre aquele sorriso.
O de negro levantou a espada em horizontal.

As lâminas se beijaram pela primeira vez.

Foi o primeiro de muitos.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Uma briga interna, de uma única pessoa.

- Precisamos continuar com isso para sempre?
- Não!
- Então porque estamos nos sentindo assim?
- Porque somos fracos.
- Fracos?
- Somos de uma especie fraca, sentimental...
- O grau sentimento não define a fraqueza de ninguém.
- Ah sim.. Define de um modo indescritível... Quando nos tornamos sentimentais, ficamos dispostos a ajudar os outros, mesmo se isso nos fizer matar e morrer, estamos dispostos a fazer de tudo por alguém, mesmo sabendo que um dia isso vai nos entristecer, e talvez nos fazer desabar. Quando nos tornamos sentimentais somos consumidos pela aflição de vê-los felizes, até a aqueles que não merecem a felicidade. De ver brilhar até os mais considerados lixo... Ficamos cegos irmão... Cegos ao ponto de que nada conseguirá nos fazer enxergar novamente.

sábado, 12 de maio de 2012

A Garota.

- Velho eu preciso ir indo. - Avisou Depor, um amigo meu, ao pedirmos outra bebida.
- Que horas são? - Perguntou Adelnor, outro amigo.
- Sete horas. - Respondeu ele - Preciso chegar em casa no máximo sete e meia.
- Porque?
- Preciso resolver algumas coisas lá.
- Então descemos junto. - Disse eu levantando-me.
- Certo. - Assentiu Ad.

Nos levantamos de uma antiga mesa de plástico enquanto a musica, extremamente alta, fazia todas aquelas pessoas dançarem, de jeitos totalmente diferentes e rítmicos, algumas bêbadas, outras não. Neste momento não importa, não quero falar-lhe delas, não delas.
- Lorane! - Gritou Depor - Vamos?
- Vou ficar aqui mais um pouquinho - Respondeu ela enquanto dançava.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Nostalgia.

De qualquer jeito, eles acabam te esquecendo mesmo;
Não possuem mais espaço nas lembranças;
Nas pessoas não há reserva para pessoas, por mais belo ato que haja feito;
É um reflexo do instinto, esquecer pessoas, sem importar quem seja.

O único que lembramos são momentos.
Aqueles momentos únicos são de fato aprisionados em nossa memória;
E disso não há realmente como fugir;
Os momentos estão acorrentados a você, independente de se você gostar deles ou não;
Eles estarão lá, atormentando o seu tempo de solidão;
Esmagando o seu ponto fraco;
Até que você, algum dia, permitirá elas fluírem;
Uma dia você irá;
E quando o fizer, elas não descansarão;
Elas continuarão vindo sem piedade alguma, arrastando qualquer lembrança que existente, cada detalhe maldito que possa te levar para um mundo onde não é seu.

E você sentirá "Saudades", sim... você irá ficar saudoso por esses momentos;
Quererá eles de volta, mesmo sabendo que pode ser uma impossibilidade absoluta.
Você irá chorar, ah sim irá...
Irá se entristecer, e não será pouco.
Esses momentos nostálgicos...

No final, você estará com tudo guardado, e junto a nostalgia tudo será compactado em um canto escuro de sua memória, quando o fizer, terá um pequeno espaço para guardar alguém.
Uma minima brecha apodrecerá sob os momentos arquivados.
E nessa brecha se acomodará alguém.
Sim... Esse alguém desse momento.

Esse alguém Nostálgico...

Ah sim... Irá...



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Saturadas.

Pois ainda enquanto as ruas continuam laranjas pelos postes amarelados de luz, eu continuo persistindo, talvez com os mesmos passos, com as mesmas ideias, porém continuo lá...
Sorrindo.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Divertidas e felizes


"-  Você gosta desta escola? Eu realmente, realmente a amo, mas nada permanece sem mudar... Momentos felizes... Coisas divertidas. Não há a possibilidade de que tudo tenha permanecido como era antes, mesmo assim você continua amando esse lugar? - Disse ela para seu eu interior.

- Apenas encontre-as...  - Ela se assustou - Apenas encontre novas coisas divertidas e felizes - Respondeu ele, sem ela ao menos perceber a sua presença."



                                                                                                                                                         -Clannad

terça-feira, 1 de maio de 2012

Lembranças

"Não me lembro muito bem dessa parte, mas se eu não me engano eu estava quase explodindo. Tantas coisas passaram pela mente, foram tantas diferentes, mas... nenhuma delas se pareceu ao menos um pouco com o arrependimento. Estava feliz .
O mundo voltou a funcionar.
E as suas cordas vocais se movimentaram criando palavras.

Palavras que eu jamais esquecerei.

Palavras frias, mas aconchegantes ao mesmo tempo.

Palavras...

E Então o meu Sonho começou.

Estou dormindo. E Eu Prometo que quando eu  acordar, Se acordar, Jamais esquecerei nenhuma misera letra.

Já acordei...


E não esqueci."

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Jogo, apenas.

Relaxe... A vida é apenas um jogo, uma merda de jogo, que as escolhas, oportunidades e desilusões são tão bem feitas que parecem até reais.
Reais de verdade.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pessoas.


Você diz o que elas querem escutar.
Comenta o que ela querem que comente.
Explica o que ela querem que explique.
Porém quando você para, olha nos olhos e diz o que elas precisam escutar.
Comenta o que elas precisam que comente.
Explica apenas o que elas precisam que explique.
Você é um merda sem coração. :)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Padrões

‎"Os padrões encontrados na natureza, várias vezes, a curva de uma onda, a espiral de uma concha, os segmentos de um abacaxi.
O universo é feito de relações e padrões precisos.
Todos à nossa volta.
Nós não enxergamos eles, mas se pudéssemos a vida seria magica, além dos nossos sonhos.
Um emaranhamento quântico de causa e efeito.
Onde tudo e todos refletem sobre os outros.
Cada ação, cada suspiro, cada pensamento consciente, conectados."



- Touch

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dominós.

Homem:
Ele corria agonizado, segurando em uma das mãos uma mala pequena e na outra uma maior, de rodinhas. Olhava para o relógio em seu pulso por segundo. Provavelmente estava bem atrasado.

Mulher:
Ela descanava lendo uma revista informativa, sentada em um do milhares bancos acolchoados do aeroporto.
- Voo numero vinte seis, iniciando a entrada de passageiros - Disse uma voz metalizada em todo o aeroporto.
Ela se pôs atenta, terminou o resto do parágrafo , colocou a revista em qualquer lugar e se levantou caminhando a porta de embarque.

Garoto:
- Pare com esse drama - Gritava uma garota para um garoto.
- Mas é que...
- Por favor, eu preciso parar pra pensar - foram as ultimas palavras que disse antes de bater a porta de seu quarto com um tanto quanto a mais de força.
O que restou a ele foi o que todos fazemos quando tristes, se deprimir ainda mais. Caminhando para o quintal pôs o fone, e começou a escutar musica, com um volume pouco exagerado, se jogou na rede, que se prendia a duas árvores, e se dispôs a olhar as nuvens. Simplesmente isso.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Rosas

Sua mente vaga infinitamente por lugares nunca conhecido por ninguém, nem nenhum.
Passos eram deixados cravados em um barro fofo e sem cor.
Em sua mão, fechado em seu punho, se obtinha uma rosa, não, não um buquê, mas sim uma única rosa, pequena, simples e vermelha.
A ponta do telhado alaranjado que tanto conhecia.
Abriu cautelosamente aquela mesma porta de madeira.
Olhando quele ambiente nostálgico percebeu o quanto as coisas estavam diferentes desde então;
-Tudo isso por conta dela - Pensou em voz alta.

domingo, 15 de abril de 2012

Águas

A lua jazia apoiada em ramos de uma árvore seca;
Grandiosa apenas.

Águas, cintilantes, permaneciam presas abaixo, o enigma.
A lua deformada e espelhada nas águas dava um ar um tanto quanto sombrio.

Uma silhueta descia as escadas passo a passo;
Enquanto dedos entrelaçados.

Sorrindo junto às corujas solitárias e esguias;
Lentamente se aproximou das águas.

Dedos foram molhados por aquele liquido frio e cristalino.
Enquanto sorrisos entrelaçados.

Corações banhados, frios e partidos;
Batendo rispidamente em cada ser imbatível daquele ambiente;

Árvores secas murmurando ao vento;
Enquanto olhares, sorrindo, entrelaçados.



quarta-feira, 11 de abril de 2012

Raconte-moi Une Histoire

Eu ouvi sobre um sapo
Um sapo bem pequenino
Mas também muito especial
Você só pode encontrá-lo na floresta
Muito distante de mim
Mas se encontrá-lo e tocá-lo
Seu mundo pode mudar pra sempre

Se tocar a pele dele
Você pode sentir seu corpo mudar
E sua visão também
O azul se tornará vermelho e o vermelho será azul
Sua mãe repentinamente se tornará seu pai
E tudo parecerá como um CupCake gigante

terça-feira, 10 de abril de 2012

O Farol

Um Farol, lá em cima, no meio das nuvens.

Um Farol, brilhando, acima, impossível o suficiente para alguém ver.

Um Farol Explodindo em chamas, porém ninguém percebe, porque ninguém pode ver, ninguém pode sentir.

Um Farol posto em cima a uma terra flutuante, vermelho como o sangue, vermelho como uma rosa.

Um Farol, tão comum, Tão comum, que eles não percebem que é diferente.
Que é simples.
Ambíguo.

Um Farol nas nuvens, esperando para ser acendido, dando aos pássaros um lugar para voltar, para que voem de volta.

Um Farol, bem feito o suficiente que mesmo sendo simples, chega a ser surpreendente.

Um Farol... Apenas um farol que ninguém reconhece.
Tão desconhecido.

Um Farol... Apenas um farol.
Porém ele está nos céus.
Nas nuvens.
com os pássaros.

Só basta levantarmos e enxerga-lo para que podamos voar como águias, e pisar como homens.
Tocar nas nuvens como gaivotas, e nas águas como pinguins.
Pousar como bem-te-vis, e sonhar como uma criança.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Bela gravata.

Famoso;

Glorioso;

Fatidicamente se estendia o big ban, sobressaindo as nuvens mais altas de Londres.
 - Vai ser hoje... - Gritava eu ao meio de risadas enlouquecidas pelo mais fanático dos venenos.

Andava por entre as ruas, com uma cobertura sanguinária de seres vivos pensantes;
Andava com as os pés sobre o lhano, do qual ansiava pisar novamente, enquanto me despistava lentamente de todos esses que rotulamos homens;
- Hoje - Pronunciei mais baixo que um sussurro.

domingo, 8 de abril de 2012

Falenas

Um desencontro úmido de um único ser;
Uma briga externa entre falenas;
Banhando-se em negros rios;
e em céus célebres.

Como um feto;
Privando a si o imenso mundo;
De dentro em sua madre.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Simples.


Estávamos no meio do parque. Andávamos de volta para casa, poucas pessoas ainda desfrutavam naquele ambiente. Uma família que andava conversando e rindo me chamou atenção. O pai mais alto segurava o filho, que devia ter uns cinco ou seis anos nos ombros, a mãe andava ao seu lado sempre sorrindo e segurando a mão de um menino mais velho, que andava ao seu lado comendo algodão doce.

terça-feira, 13 de março de 2012

Queime

Seus imbecis , vão retirar as merdas que dizem;
Deus abençoe-vos;
Talvez acreditem ainda nestas besteiras.

Talvez melhorem, ou explodam nos milhões de sois;
A minha ideia já está formada;
Explodir, como fazem com zumbis, como vocês fazem com as outras.

Deixe-me contar essa estória;

Vá embora chuva, vá;
Mas volte como um impune milagre, maldito, tentando recuperar o que há de vida;
A vida que vocês destroem por dentes de ouro maltratado.

Só sinta o cheiro dessa terra úmida;
Só sinta o cheiro da mesma terra queimada.

Agora sinta o seu cabelo, úmido, e logo após queimando;
Do mesmo jeito que você vê.

Perceba seus olhos derretendo, não em lágrimas,
Assim como você ignora.
Já sem rosto, sorria, com dentes carbonizados;
Sorria com seu peito apenas em carne.

Sorria, porém sem alguma sequer lágrima;
Você merece.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Infinito.



"Ninguém sabe o que o futuro nos reserva, por isso que seu potencial é infinito."


Steins Gate

Outro eu.

Pode ter o outro eu em meio a todas outras infinitas linhas do mundo;
E nossas mentes estão conectadas, abrangendo a existência do meu "eu";
Não acha que isso seria maravilhoso?

Você estaria em qualquer lugar, a qualquer hora, de uma vez;
Um forte amor por alguém;
Uma forte crença por alguma coisa;
Um forte desejo de passar alguma coisa;

Se todas essas coisas superarem o tempo e criarem o "você";
Então não pense nisso como me abandonar;
Mesmo se as linhas do mundo mudarem;
Enquanto você não me esquecer, eu estarei lá.


Por: Makise Kurisu.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Deixe-o sozinho.

A minha destruição;
Deixe-o sozinho;
Apenas deixe-o, queimar.

Deixe queimar aquela aberração que perdura em sua mente;
Deixe sozinho aquela criatura que se perde em seus atos;
Apenas deixe-o, apenas olhe enquanto ele se desfaz, enquanto ela morre.

Assista por alto, o quão tempo leva para a sua destruição se desfazer em suas pâncreas;
Subir dificultosamente par mais do seu estomago;
Até sair pela sua boca em forma de um suspiro amargo.

Apenas deixe-o sozinho.
Sozinho nas profundezas do nosso mundo.
Para que se mutile por não conseguir encontrar algum outro perdedor.

Deixe-a;
Apenas se desapegue, daquela maldita agustia que te consome a cada dia, a cada minuto;
E... sem ela, sobreviva.

Não... Sobreviva de verdade, aproveitando cada diminuto dia que seja;
Pois sem cada um deles,
Já nasces na hora de sua morte.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Medo

A casa permanecia nas penumbras da noite, apenas iluminada por uma débil e suave luz do luar, que dava ao ambiente uma atmosfera azul clara. Caminhava em círculos com o telefone colado na cara. Uma conversa se desenvolvia lentamente... Estava no meio da sala.
Quando um sensação estranha percorre as minhas vértebras.
E se acomoda no estomago.
Uma vontade de se esconder sob as cobertas.
Um Medo inexplicável.

- Medo - Disse em voz alta, sem ao menos perceber.

- Que? - Responderam por trás da outra linha.

Com longos passos e olhares desconfiado dirigidos às sombras, me joguei na cama, com a esperança de poder finalmente sentir aquela tão deliciosa e perfeita sensação de segurança.

- Que foi? - Perguntou aquela voz distante.

Deusas

A humanidade estava em conflito, um conflito que duraria a eternidade. Guerras circundavam o mundo mortal como formigas procurando por comida sob o solo húmido, pois é... a Humanidade estava perdida. O mundo era dividido em dois reinos, onde as pessoas maltratavam, sacrificavam, humilhavam, torturavam e até matavam. Um mundo bestial que se parecia mais a um inferno, ou até pior que ele. A dor mental de cada cidadão aumentava cada vez mais e mais, até chegar à maior pura insanidade.
Diz a lenda, que com um ultimo suspiro todos os seres vivos deixaram seus corpos, suas guerras, seus princípios e por fim, eles deixaram suas vidas e junto as Deusas eles se transformaram em essência. O mundo foi deixado em ruinas, e ligado ao tempo elas foram sumindo, caindo, se corroendo, se esfumaçando. E passado milênios e milênios, a terra se recuperou e se dispôs a ser habitada novamente. Porém, os rios eram coberto por litros de lava, o solo rachado pela falta de humidade, a chuva descia arruinando o resto de verde que ainda restara.

Uma por uma das Deusas foram descendo ao mundo mortal, e cada uma por sua vez foi criando a vida.
 A Deusa da chuva fez com que as aguas se purificassem, doando a ternura de sua essência ao mundo. Já a Deusa da terra iniciou dando vida ao solo, fazendo com que as grama crescesse, as arvores se tornarem verdes, darem frutos, criarem raízes, dividindo um pouco de sua força e resistência. E por fim a Deusa da vida nos criou, em nossa forma mais primitiva, que foi quando fomos evoluindo e evoluindo até nos tornarmos o que somos hoje, porém, ela fez algo que ao certo não sabia se deveria, ela nos deu o poder da escolha.
Porque?

Porque as Deusas fizeram isso tudo por nós?
Porque sem nós seres pensantes, elas não existem.
Portanto sem elas, nós também não existimos.

 Somos criações dos seres supremos, porém também somos seus criadores. 



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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Fragilidades

Não feche seus olhos, nem mesmo próximo aos seus melhores companheiros, pois são eles e somente eles que conhecem totalmente as suas fragilidades, e os únicos que possuem a capacidade de usa-las contra você.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Manha de domingo.

Numa bela manha de domingo.

Então... Boa noite, Boa noite, nos empatamos.
Eu não pensei que tinha um débito a pagar.

Alguém nesse momento está saindo do apartamento olhando para a rua e se perguntando para onde foi o carro.

Agora, porque todos estão petrificados?
Saia despercebido de costas, antes que eles saibam que você esteve lá.

Cem por cento de razões pra lembrar o seu nome.
E eu não tinha nada a dizer.

Água cinzenta, através das janelas.
Com pássaros negros me seguindo.
Nesta despedida, não existe sangue.

Esqueça todo o resto....

Esse é o meu dezembro...
Esta é a minha casa coberta de neve.

Numa bela manha de domingo

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O Palhaço


- Porque precisamos dormir? – Perguntei inocentemente.
- Pra recarregar as baterias filha – Respondeu meu pai, daquele jeito que se responde a crianças curiosas.
- Eu não gosto de dormir – Fiz que não com a cabeça.
- Mas você não pode ficar acordado se não dormir.
- Mas eu não quero.
-Todo mundo dorme querida, porque você vai ser diferente? – Ele me pegou, me fez deitar em minha cama e me cobriu com um edredom até o pescoço – Se cubra que vai fazer frio.
Me virei, aconchegando me sob o edredom desconfortável, tentei resistir ao sono por alguns minutos, mas como toda criança, chega uma hora que se torna irresistível fechar os olhos e liberar a mente.

Adormeci.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Uma Estrela


Normalmente as pessoas começam a se relacionar com uma apresentação formal. Então desculpem-me se eu não fizer isso agora, pois estou um pouco ocupado.

Contar-lhes-ei neste momento uma cena que aconteceu já faz um tempo. Uma cena que mudou a minha vida, e junto mudou a de algumas outras pessoas.
Sem essa parte da historia, não teria relevância nenhuma que estivesse contando tudo isso aqui para vocês caros Leitores.

Pois fora nesta cena onde tudo começou.