quarta-feira, 25 de julho de 2012

Duas Estrelas


- Porque você ainda não se foi? - Perguntei desviando o meu olhar ao encontrar o dela, depois de um largo momento com o infinito silêncio.

- As coisas não são tão fáceis assim Matt - Saria demonstrava uma leve preocupação, mas também uma serena tranquilidade - Com o tempo, é normal das pessoas tecerem laços, grandiosos laços negros, dos quais ligam, os corações de uns aos de outros com uma intensidade imensurável - Acompanhava com o olhar os seus pés descalços, dos quais se moviam brincando graciosamente ao ar, enquanto permanecia sentada sob o banco, de madeira, daquela praça silenciosa - Esses laços se formam com qualquer pessoa que participa diretamente ou até mesmo indiretamente de sua vida, alguns são mais longos, outros mais curtos, uns mais grossos, outros simplesmente mais finos, depende do tempo ou até mesmo da relevância de certas pessoas... Digamos que uma pessoa passou... Cinquenta anos convivendo contigo, o laço que te liga a ela terá o comprimento de cinquenta anos, e outra passou apenas um ano, o laço que vos liga terá o comprimento de nada mais nada menos do que de um ano, porém não significa que um é mais importante que o outro, e também não importa se a pessoa fez bem ou mal a você, esse laço seguirá vos unindo, porque de qualquer forma ela faz parte de você.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Uma chave para apenas uma única porta.


               Algumas coisas foram trancadas com o objetivo de nunca mais serem vistas;
            
                        Mas se elas foram trancadas significa que há de serem lembradas algum dia;
                       
                                  Pois ainda existem;
                                    
                                            E a existência ainda cobra sua significância.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nair e Alejandro


Agradecimentos a autora deste conto: Helena Treumann.
Em: Sem pé nem cabeça'

Estavam Dois amigos caminhando por entre uma estrada de pedra.
Largavam para trás duzias de marcas de suas pegadas que iam ficando cada vez mais fortes.
Andavam pelo infinito daquelas pedras acinzentadas por mais do que infinitos meses. Duas silhuetas sob um sol amarelo escaldante.
Quando uma, a menor, pergunta:
- Vamos continuar com isso pra sempre? - Uma voz friamente feminina.
- Nair, não lhe ensinaram a ter paciência? - Respondeu-lhe Alejandro, que andava à sua direita.
- Mas é que eu já cansei - Disse ela abanando, com os braços, o nada - Vamos fazer algo mais "divertido".
- Mas é que nos foi ordenado... - Tentou continuar.
- Vamos - chantageou ela já com uma voz perversa.
- Nair? - Indignou ele.
- Vai me dizer que gosta de andar eternamente? - Respondeu-lhe.
- Certo... Certo... Mas nada tão complexo...
- O que podemos fazer? - Nair sorria pela primeira vez em muito tempo, um riso maléfico.
- O que você quiser - Disse Alejandro de forma elegante e convencida.
Ela parou de andar, fazendo com que ele, suspirando, também o fizesse.
- Eu quero algo supremo - Declarou ela. Ele pegou a sua mão, se abaixou puxando-a e com cuidado misturou-a junto a um pouco da terra e barro, ao puxar de volta, veio, junto, uma serpente, cor purpura vibrante, com um olho dourado fechado ao centro, talvez a mais suprema serpente já vista.   - O que é isso? - Perguntou ela maravilhada.
- Uma serpente - Respondeu ele.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Naur e Alagos.

Estavam Dois amigos caminhando por entre uma estrada de barro.
Largavam para trás duzias de pegadas recentes, que iam, ficando cada vez mais fracas e apagadas.
Andavam pelo infinito daquela terra amarronzada por mais do que infinitos anos. Duas silhuetas sob um céu negro não estrelado.
Quando uma, a menor, pergunta:
- Vamos continuar com isso pra sempre? - Uma voz meigamente feminina.
- Naur, não lhe ensinaram a ter paciência? - Respondeu-lhe Alagos, que andava à sua direita.
- Mas é que eu já me cansei - Disse ela abanando, com os braços, o nada - Vamos fazer algo mais divertido.
- Mas é que nos foi ordenado. - Tentou continuar.
- Vamos - chantageou ela ainda com uma voz meiga.
- Naur? - Indignou ele.
- Vai me dizer que gosta de andar eternamente? - Respondeu-lhe.
- Certo... Certo... Mas nada tão complexo...
- O que podemos fazer? - Naur sorria pela primeira vez em muito tempo.
- O que você quiser - Disse Alagos de forma elegante e convencida.
Ela parou de andar, fazendo com que ele, suspirando, também o fizesse.
- Eu quero algo lindo - Declarou elaEle pegou a sua mão, se abaixou puxando-a e com cuidado misturou-a junto a um pouco da terra e barro, ao puxar de volta, veio, junto, uma flor, cor purpura vibrante, com um polem dourado fechado ao centro, talvez a mais linda flor já vista - O que é isso? - Perguntou ela maravilhada.
- Uma flor - Respondeu ele.