segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Dias estranhos.


- Porque a água é tão negra? - Perguntou o garoto.

                    - Porque reflete o céu - Respondeu o velho.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O guarda chuva Vermelho.

Em um mundo onde uma aura verde reinava em forma de árvores grotescas robustas, alguns vaga-lumes iluminavam as partes mais densas e obscuras daquela floresta cor esmeralda, das quais pouco era permitida entrada da luz da lua, 
Ali, em uma simples e humilde clareira amarelada, permanecia o vermelho forte de um guarda chuva.
Um guarda chuva do qual duas mãos, deveras pequenas, o seguravam com uma certa dificuldade, enquanto aquela cor sangue refletia no ambiente, dando a ele um tom rosado e indulgente.
Não estava chovendo.
Faixas de luz, escurecidas pela umidade e pela noite, passavam pelas folhas aleatórias, das copas daquelas árvores, e se encontravam no centro da clareira, já conhecida.
Enquanto lábios, indecisos, murmuravam silenciosamente algumas silabas.
Olhos, fechados, permaneciam cobertos pelas penumbras, abaixo da sombra daquela vastuosa noite.
Sua testa, franzida, demonstrava uma certa preocupação, talvez até mesmo um certo medo.
Suas mãos, suavam, sem se importar com o frio.
E sua respiração ofegante e fora do ritmo, declarava o tamanho de seu pavor.

Afinal, era somente uma garotinha com um guarda chuva vermelho em mãos, ao meio de uma floresta delicada, porém insana.

Seus olhos se abriram.

Estavam agora, encarando algo. Algo que se movimentava.

Apesar de seu nervosismo, de sua preocupação, e até de seu medo, ela não deu passo algum pra trás. Se manteve firme, mesmo estando com os olhos cheios de lágrimas frias, ali estava, encarando, com o busto pra frente, o que estava por vir.

Por dentre as grossas cascas de madeira, e a vasta escuridão, já pertinente, Surge uma figura negra e curvada, andando com passos cada vez mais lentos se deliciando vagarosamente daquele medo agonizante debilitado.

- Que dentes grandes a senhora tem - Disse-lhe a garotinha, antes de fechar os olhos por uma ultima vez.