terça-feira, 27 de agosto de 2013

Por dentre o mar de janelas.

E se víssemos os prédios todos de cabeça pra baixo?
Como se tivessem sido despejados pelo céu em um mar de janelas, algumas apagadas e misteriosas, outras já sorridentes de iluminadas.
Cada janela nos mostraria uma realidade diferente?
Nos mostraria o mundo que elas estão resguardando ali?
Com o passar dos dias, com o passar das noites, as crianças daquelas criações vão saltando das janelas, e, preparadas ou não, vão, cada uma, abrindo suas asas moldadas e preparadas pelos seus próprios interesses, desejos e até mesmo motivações.
Elas vão planando, lentamente. Às vezes se esbarram umas nas outras; às vezes inclusive, lutam e discutem intencionalmente. Tem umas que ficam apenas observando e abrindo ao máximo suas asas para aproveitar as raras correntes de ar, e com isso ganhar vantagem na frente dos mais vagarosos e desatentos.
E ao por do sol, voando por cima daquelas faixas alaranjadas de luz, elas encontram outro mar, imenso, de janelas escuras, dispostas em fileiras verticais.
Sabe-se lá se vão estar dispostas a entrar e possui-las, e se somente o tempo dirá quantas das criações irão conseguir adentrá-las, acender suas luzes e dar vida a mais novas pequeninas criações.
Para que voem;
Lutem;
E se esforcem ao máximo para conseguirem chegar com vida à outra leva de janelas.

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